Maurício Dal Agnol seguiu cometendo crimes mesmo depois da prisão em 2014, aponta Ministério Público - Agora Já -

Maurício Dal Agnol seguiu cometendo crimes mesmo depois da prisão em 2014, aponta Ministério Público



MP dá detalhes sobre os crimes um mês depois da segunda prisão, em Passo Fundo. O advogado e outras oito pessoas foram denunciadas por organização criminosa e lavagem de dinheiro

Foto: Em operação em 5 de junho, agentes do Gaeco/MP identificaram quase R$ 5 milhões em dinheiro nos endereços relacionados a Dal Agnol.  Grégori Bertó / MPRS / Divulgação
8 de julho de 2025

O último sábado (5) marcou um mês desde que o advogado Maurício Dal Agnol foi preso novamente, em Passo Fundo, no norte gaúcho. Ele é alvo de denúncia, junto com outras oito pessoas, por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os crimes teriam acontecido nos anos após a Operação Carmelina, realizada em 2014, que resultou na prisão do advogado por seis meses.

A ação mais recente, que apreendeu diversos objetos e, depois, culminou na prisão de Maurício Dal Agnol, foi resultado de uma ação do Ministério Público de Passo Fundo. De acordo com o promotor responsável, Diego Pessi, a investigação identificou um esquema de lavagem de dinheiro para ocultar os valores obtidos de forma indevida ao longo dos últimos anos.

— Essa nova operação (Barba Negra) diz respeito à ocultação dos valores ilícitos, ou seja, as condutas no sentido de esconder esses valores dos credores, de reinserir esses valores no mercado, dando a eles uma conotação ilícita que, na verdade, mascara a sua origem — detalhou o promotor.

A investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Passo Fundo se desenrolou ao longo de anos. No caminho, o MP quebrou sigilos bancários e analisou uma série de dados para identificar o esquema criminoso.

Mesmo depois do período preso, Dal Agnol teria liderado um grupo de pessoas físicas e jurídicas para ocultar valores através dos mercados financeiro e imobiliário. O dinheiro estaria ligado aos montantes que ele se apropriou de clientes.

Até o momento, o MP identificou que Dal Agnol e os outro oito denunciados movimentaram, pelo menos, R$ 40 milhões. Com o avanço das investigações, o montante pode aumentar.

— Estamos aguardando a autorização judicial para acessar o conteúdo dos dispositivos apreendidos, como aparelhos de telefone, HDs e outros elementos de prova. Depois vem a instrução em juízo, com a oitiva das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e pelas defesas, e também o interrogatório dos acusados — disse Pessi.

Durante o cumprimento dos mandados em endereços ligados ao advogado no mês de maio, foram apreendidos diversos objetos. Em imagens cedidas pelo Ministério Público, é possível identificar caixas de bebidas e charutos de alto valor.

Ao todo, o Gaeco apreendeu R$ 4,7 milhões em dinheiro nos endereços de Dal Agnol, além de 25 veículos e 50 imóveis, bem como outros objetos.

O processo segue e a expectativa é que, em caso de condenação, o que foi apreendido seja revertido às pessoas lesadas pelo advogado. Enquanto isso, Dal Agnol segue preso em Canoas.

Nos locais também foram encontradas caixas de bebidas, charutos e outros itens de luxo.
Grégori Bertó / MPRS / Divulgação

Próximo passo da investigação é acessar o conteúdo dos dispositivos apreendidos, como aparelhos celulares e HDs, disse promotor.
Grégori Bertó / MPRS / Divulgação
Fonte : GZH 
Foto : Grégori Bertó / MPRS / Divulgação

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