Investigados teriam recebido R$ 1 milhão em quatro anos
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Desvio de Rota, em decorrência de investigação sobre o suposto pagamento de propina a dois policiais rodoviários federais lotados no Rio Grande do Sul. A ação contou com o apoio da Corregedoria da PRF e da Corregedoria-Geral do DetranRS.
Durante a deflagração, os policiais federais realizaram busca e apreensão em nove endereços, além do sequestro de quatro veículos e do bloqueio de contas bancárias vinculadas aos suspeitos e às empresas utilizadas pelo grupo. Foram realizadas ainda três prisões temporárias: um policial rodoviário federal e dois empresários que comandavam o Centro de Remoção e Depósito investigado.
As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Federal de Porto Alegre. A Justiça ainda aplicou outras medidas restritivas, como o afastamento do cargo público e a proibição de nova contratação pelos particulares com o DetranRS.
Estima-se que o valor total não recolhido aos cofres públicos, nos últimos quatro anos (entre agosto de 2021 até agosto de 2025), é de R$ 1 milhão, decorrente da ausência de registro e consequente recolhimento de taxas junto ao DetranRS de mais de 1.300 remoções efetuadas pelos investigados. Já o valor recebido, a título de propina, em razão da prática no mesmo período, é estimado em mais de R$ 240 mil.
Em nota, a PRF informou que a investigação foi iniciada a partir de levantamentos conduzidos pela Corregedoria Regional da PRF no Rio Grande do Sul. Também disse que identificou indícios de atuação ilícita e repassou as informações ao Ministério Público Federal e Polícia Federal, resultando na deflagração da operação.
“A Polícia Rodoviária Federal manifesta seu repúdio a qualquer prática que viole os princípios da ética e da legalidade, reafirmando seu compromisso em coibir desvios de conduta e preservar a integridade institucional”, diz o comunicado.