Polícia prende 45 em operação contra suspeitos de transportar toneladas de drogas para facções no RS - Agora Já -

Polícia prende 45 em operação contra suspeitos de transportar toneladas de drogas para facções no RS



Ofensiva do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico cumpre mandados em quatro Estados

Foto: Três cidades de SC têm alvos da polícia gaúcha nesta quinta-feira. Polícia Civil / Divulgação
27 de novembro de 2025

Uma organização criminosa é suspeita de ser responsável pelo transporte e distribuição de drogas em alta escala para ao menos duas facções do Rio Grande do Sul, que adquiriam os carregamentos em forma de consórcio. O grupo é alvo da Operação Spotlight do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). A ofensiva é realizada pela polícia gaúcha em cinco Estados e tem como foco a lavagem de dinheiro.

Ao menos 45 pessoas foram presas até o momento na ação. Foram apreendidos um fuzil, duas pistolas e R$ 100 mil em espécie durante as buscas.

São cumpridos na manhã desta quinta-feira (27) 53 mandados de prisão preventiva, 54 bloqueios de contas bancárias, além de dois sequestros de imóveis e apreensão de oito veículos. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 39,3 milhões como medida destinada à descapitalização do grupo investigado. A operação cumpre as ordens em 15 municípios de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rondônia.

A organização alvo da investigação é apontada como responsável por movimentar boa parte da distribuição de maconha no Estado. No último ano, ao longo da apuração, foram apreendidas cerca de 5 toneladas do entorpecente com o grupo. As drogas chegam ao Rio Grande do Sul a partir de Mato Grosso, por via terrestre. A suspeita da polícia é de que a origem dos carregamentos seja o Paraguai.

Os responsáveis pela compra das drogas, segundo a investigação, são as duas maiores facções do Estado: uma do Vale do Sinos e outra criada no bairro Bom Jesus, em Porto Alegre.

— O que essa investigação nos demonstrou é que há um sofisticado consórcio realizado por essas duas facções gaúchas. Eles realizaram esse consórcio para o transporte de toneladas de drogas e de armas de fogo aqui para o Estado do Rio Grande do Sul, principalmente para Porto Alegre e Região Metropolitana — afirma o delegado Rafael Liedtke, da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro.

O acordo para o consórcio teria sido estabelecido por ao menos dois líderes, ambos presos — um na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), da facção do Vale do Sinos, e outro na Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa), apontado com um dos principais matadores do grupo criminoso formado na Capital. Os dois estão com novos mandados de prisão preventiva nesta investigação.

— São duas lideranças de duas facções, a princípio rivais, que estabeleceram esse sofisticado consórcio para o transporte de drogas e de armas de fogo. Sabemos que essas armas são usadas pelas facções tanto para cometimento de delitos patrimoniais gravíssimos, quanto roubos a estabelecimentos comerciais, mas também para manutenção e segurança dos pontos de vendas de drogas — relata Liedtke.

Transportadora na mira

Um dos alvos da ofensiva é uma transportadora da Região Metropolitana. O filho do proprietário já está preso e é suspeito de liderar o esquema. Ao cumprir novo mandado nesta quinta-feira, policiais apreenderam quatro celulares e porções de drogas na cela que ele ocupava. Em razão disso, ele deve ser transferido para o módulo de segurança da Pasc, por determinação judicial.

O dono da transportadora é um dos investigados com mandado de prisão preventiva nesta fase da operação. Segundo a polícia, os caminhões eram usados para o transporte das drogas.

— Constatou-se uma grande distribuição de drogas no Rio Grande do Sul e alguns Estados da Região Sul com conexões com outros Estados. Nessa segunda fase, realizamos uma investigação em relação à lavagem de capitais, os lucros exorbitantes, passando de R$ 30 milhões, e verificamos a presença de mais de 50 indivíduos de primeiro e segundo escalão, uma terceira camada de laranjas — explica o delegado Adriano Nonnenmacher, também da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro.


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