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sábado , 4 maio - 2024
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Volante disputa lugar com Aránguiz, mas caminha para cavar um lugar na equipe
Foto: Ricardo Duarte, Inter / Divulgação Bruno Henrique, a rigor, nem foi um pedido de Eduardo Coudet. Figura conhecida de Mano Menezes, ele foi sugerido e aprovado no Inter pelo antigo treinador. Porém, mesmo com pouco tempo no clube, tem mostrado que suas virtudes transcendem indicações. Dentre os habitualmente reservas, é o mais titular. E faz Aránguiz se manter alerta: em qualquer brecha, poderá perder lugar.
No dia de sua apresentação, já havia falado sobre ser um pedido de Mano:
— O Inter já vinha me monitorando, o treinador faz parte do processo, vai dar o aval, mas não é só o técnico que traz o jogador. Isso é uma questão da presidência, diretoria, análise de dados. Estou muito contente de ter essa oportunidade, espero corresponder à altura.
De fato, em entrevista ao ge.globo, o presidente Alessandro Barcellos confirmou o monitoramento, mas explicou:
— A questão contratual pesou para que contratássemos no meio do ano. Não tínhamos como buscá-lo antes.
Não é surpresa para quem conhecia o jogador essa adaptação rápida. Bruno Henrique tem um feito difícil de obter. É respeitado e admirado nos rivais Palmeiras e Corinthians, pois foi campeão por ambos (brasileiro pelos dois, da Libertadores pelo Palmeiras). Sempre se destacou como um volante que sabe jogar ou como um meia que sabe marcar.
Pelo Inter, entrou em campo em 10 partidas, a maioria pelo Brasileirão. Foram 456 minutos, o que dá uma média de um tempo por jogo. Marcou um gol, na irrevogável lei do ex, diante do Corinthians. Tem um índice de acerto de passes de 91%.
Aliás, nos números até supera Aránguiz. Mas é preciso colocá-los em perspectiva. O chileno disputou mais tempo partidas complicadas, como contra o River Plate, em Buenos Aires, e contra o Bolívar, em La Paz. Nesses jogos, o Inter teve menos a bola, o que contribuiu para que baixassem os índices do estrangeiro (e aumentassem os de ações defensivas, como desarmes, faltas e, por consequência, cartões). No Brasileirão, praticamente se equiparam os dois jogadores.
Por enquanto, Coudet tem usado um de cada vez. Foram poucos minutos juntos em campo (12 contra o Fortaleza e quatro contra o River, ambos no Beira-Rio), o que dá uma ideia de como o treinador pensa no aproveitamento dos dois. Diante da equipe nordestina, o Inter perdia quando ficaram em campo ao mesmo tempo. O plano era aumentar a ofensividade, e o controle. Contra o River, foram apenas quatro minutos, e a expectativa era de controlar o jogo, àquela altura vencido pelos colorados por 2 a 0.
Em todas as outras participações, um entrou no lugar do outro. Isso mostra que Coudet enxerga ambos como meias avançados em uma linha de três à frente do primeiro volante. Mas nada impede que joguem ao mesmo tempo em casos especiais, como a necessidade de aumentar a qualidade de passes e de chutes de média distância (algo que os dois têm), ou a de ter um meio-campo que fique mais com a bola em uma vantagem. No modelo do treinador argentino, essas são as possibilidades de atuarem. O técnico prefere jogadores mais rápidos pelos lados e dois atacantes (tem feito uma espécia de “concessão” a Alan Patrick).
Bruno Henrique permite ao Inter tranquilidade de descansar Aránguiz — e vice-versa. Os dois jogadores têm força e peso para jogar no setor sem que a troca derrube a qualidade. Contra o Athletico-PR, na quinta-feira, Coudet até pensa em usar alguns jogadores que entrarão em campo na semifinal da Libertadores, no dia 27. Mas sabe do risco do gramado sintético e de uma lesão a poucos dias da decisão. Por isso, é provável que a dupla esteja em campo, meio tempo cada um, na partida do Brasileirão.
— Nosso grupo tem um equilíbrio técnico muito grande, consegue enxergar jogadores que se complementam em características e qualidade — resumiu Barcellos.
É assim que o Inter aproveita seu 12º jogador. E que está à espreita para ser o 11º.
(55) 3375-8899, (55) 99118-5145, (55) 99119-9065
