Eleição para o Conselho Deliberativo no sábado (27) será primeiro teste dos rumos para o clube
A política do Grêmio sofreu nova reviravolta. O anúncio da desistência da pré-candidatura de Marcelo Marques altera o panorama de uma disputa que parecia resolvida.
O primeiro indicativo das repercussões deste comunicado virá no sábado (27), quando ocorre a eleição de renovação do Conselho Deliberativo. Serão seis chapas disputando votos dos sócios do clube para a renovação de 150 cadeiras. O resultado dará sinais para o pleito que decidirá o próximo presidente gremista, em novembro.
Um post publicado nas redes sociais do empresário por volta das 15h dessa segunda-feira informou a desistência de forma definitiva da pré-candidatura. Foi a segunda vez que ele abandonou a condição de concorrente a sucessor da gestão de Alberto Guerra.
No dia 27 de agosto, no Sala de Redação, Marques anunciou que não faria parte do processo eleitoral do clube. Na época, alegou que a política interna o motivou a desistir.
— Não sou mais candidato. É uma decisão irreversível. Foi uma análise equivocada minha de que conseguiria cuidar de tudo e, estando lá, passar por cima da questão política. Mas tem muitos que estão ali porque a política está à frente do clube — disse à época.
Dois dias depois, no entanto, em publicação nas redes sociais, o empresário comunicou que seria o pré-candidato para a eleição presidencial.
Agora os motivos alegados para a decisão anunciada na última segunda foram pessoais. Marques disse que a repercussão para a vida dos seus familiares foi negativa. E que não seria possível deixar a condução de sua empresa.
“Não posso, por vaidade, querer abraçar tudo e correr o risco de não fazer o melhor pelo nosso Grêmio. É uma escolha muito bem pensada, tomada com serenidade e consciência, e é definitiva”, disse no comunicado publicado em suas redes sociais.
O impacto imediato desses movimentos é de que a eleição presidencial volta a ficar em aberto. Cinco pré-candidatos foram sabatinados pelo Grupo RBS.
Deste grupo, em contato com Zero Hora, Gladimir Chiele afirmou que mantém a intenção de concorrer à presidência. Sérgio Canozzi disse anteriormente que seria candidato.
Paulo Caleffi foi procurado pela reportagem, mas não respondeu até o momento se voltará a disputar o cargo. Denis Abrahão disse a Zero Hora que seu foco é eleição deste sábado e que depois decidirá sobre essa questão.
O movimento encabeçado por Antonio Dutra Júnior e Celso Rigo, apoiadores da candidatura de Marques, decidirá nos próximos dias quem será o candidato para presidente.
Segundo pessoas com experiência nos processos eleitorais gremistas, a eleição para a renovação do Conselho Deliberativo trará definições importantes. Pesquisas conduzidas por movimentos políticos apontavam que a chapa de Marques tinha a previsão de fazer entre 60% e 70% dos votos. O que, na expectativa das fontes ouvidas, garantiria que só uma chapa superaria os 15% da cláusula de barreira.
Ao todo, seis chapas disputam o voto pela renovação do Conselho. Agora, com o cenário eleitoral indefinido, a votação de sábado pode colocar mais de uma candidatura acima do percentual necessário para eleger novos conselheiros.
A previsão inicial do clube era de uma votação expressiva, mas por conta dos últimos movimentos, a participação de sócios na eleição deve ser menor do que o inicialmente pensado.