Polícia analisa últimos movimentos do vendedor de ouro de Gravataí assassinado com cinco tiros no rosto - Agora Já -

Polícia analisa últimos movimentos do vendedor de ouro de Gravataí assassinado com cinco tiros no rosto



Morto dentro do próprio veículo, em estrada de terra de localidade rural, homem tinha mais de R$ 80 mil em joias e dinheiro, que não foram roubados

Foto: Polícia Civil / Divulgação
22 de setembro de 2023

A investigação sobre o assassinato de André Azevedo, 37 anos, encontrado morto à beira de uma via rural na localidade de Nova Aurora, em Igrejinha, concentra-se em descobrir onde o vendedor de ouro e joias esteve antes de ser assassinado com cinco tiros na face, em 13 de setembro.

O intervalo de tempo que compõe o enigma é de quase três horas: Azevedo despediu-se da namorada e partiu no volante de seu Hyundai HB20 às 13h40min, de Novo Hamburgo. Passou pela BR-116, dirigiu pela ERS-118 e teve seu último registro vivo gravado por câmera na localidade de Morungava, zona rural de Gravataí, às 16h35min.

— Estamos falando de um percurso que pode ser cumprido em 40 minutos ou até em uma hora. Mas que demorou quase três horas. Onde e com quem a vítima esteve ou falou neste intervalo de tempo? Este hiato é peça-chave na investigação — define o delegado Ivanir Caliari, titular das delegacias de Igrejinha e Três Coroas, que conduz o inquérito.

Nesta quinta-feira (21), duas equipes da Delegacia de Igrejinha efetuaram diligências em Gravataí, cidade de domicílio do vendedor. A investigação é considerada complexa, pois, segundo o delegado, inspira ao menos três hipóteses principais:

— Com base nos elementos do crime, são averiguadas pistas que sugerem a possibilidade de que possa ter havido um latrocínio, um homicídio passional ou uma execução.

Caliari diz que as apurações indicam que Azevedo foi “arrebatado” (apanhado a força, no jargão policial) em algum ponto de Gravataí e, do interior do município metropolitano, teria sido conduzido para o ermo de Igrejinha onde teve o corpo encontrado. A polícia estima que o assassinato tenha sido consumado por volta das 17h.

— Ele pode ter sido vítima de um assalto com desfecho trágico, pode ter sido morto em um homicídio planejado, mas também pode ter sido alvo de uma investida passional, pois a forma, com vários disparos no rosto, sugere um sentimento de raiva, desafeto do atirador pela vítima — pondera Caliari.

O delegado aponta que imagens e testemunhos ainda são buscados também sobre o período após o último registro de Azevedo vivo, presumidamente entre 16h35min e 17h, embora a travessia pelo interior dos municípios seja menos dotada de câmeras que as áreas próximas das rodovias.

Joias e dinheiro não foram levados

Outro ponto que desafia a polícia é o fato de que, junto ao corpo, havia peças de ouro com valor avaliado em cerca de R$ 80 mil, além de dinheiro e cheques, supostamente provenientes de negociações realizadas pelo vendedor.

— Chama muito a atenção da gente que estes valores não tenham sido levados por quem o matou. Não afastamos a possibilidade de que houvesse outros valores que podem ter sido roubados, por isso não eliminamos totalmente a hipótese de latrocínio — explica.

Caliari destaca ainda que relatos da namorada e de amigos da vítima, tomados em depoimentos, demonstram que Azevedo mantinha uma rotina baseada em hábitos de trabalho e relações sociais, residindo na casa que era de sua avó, em bairro periférico de Gravataí.

De acordo com a polícia, ele intermediava negociações de compra e venda de artigos de joalheria, fornecendo matéria-prima para ourives e atendendo a encomendas personalizadas. Azevedo não possuía nenhum antecedente criminal.

O delegado afirma que informações que possam contribuir com as investigações podem ser repassadas à Polícia Civil, de forma sigilosa, pelo telefone (51) 3545-1190.

Fonte : GZH 
Foto : Polícia Civil / Divulgação

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