Ação foi deflagrada na tarde desta quinta-feira (18), em Cachoeirinha, na Região Metropolitana
Foto: Roteiros de falsos atendimentos telefônicos foram encontrados.
Júlia Ozorio / Agência RBS A Polícia Civil descobriu, no final da tarde desta quinta-feira (18), uma central telefônica que agia na aplicação de golpes eletrônicos em um sítio de Cachoeirinha, na Região Metropolitana. A ação resultou na prisão em flagrante de 17 pessoas e na apreensão de um menor.
No local, centenas de chips foram encontrados, além de roteiros para a simulação de falsos atendimentos telefônicos. Cerca de 30 celulares e quatro máquinas de cartão de crédito também foram localizadas.
No local, a equipe policial apreendeu computadores que estavam logados ao sistema E-Proc, utilizado para a tramitação e consulta de processos judiciais. Conforme o delegado João Paulo de Abreu, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), isso indica que os suspeitos também aplicavam o chamado golpe do falso advogado.
Uma equipe da perícia foi acionada para analisar os dispositivos e informar se mais delitos podem ter sido cometidos pelo grupo criminoso. Até às 21h, o trabalho seguia no local.
Conforme a delegada titular da Delegacia de Roubo de Veículos (DRV), Jeiselaure de Souza, a descoberta aconteceu após relatos indicarem que o sítio funcionava como um local de receptação e venda de veículos roubados e furtados.
No entanto, quando os policias chegaram para o cumprimento de mandados de busca e apreensão, constataram que a chácara era usada como uma central de golpes telefônicos.
— Nos deparamos com uma central de golpes, centenas de chips, tanto novos quanto já vinculados em contas, como também chips queimados, destruídos, computadores logados em WhatsApp, passando informações bancárias, com script do que eles diziam para as vítimas, um computador logado ao Eproc (sistema do Poder Judiciário), consultando processos, muito possivelmente para o golpe do falso advogado — detalhou a delegada.
Segundo a polícia, os suspeitos queimavam os chips telefônicos após uso para tentar apagar provas e dificultar a localização dos golpistas.
Segundo o delegado Abreu, cada preso é suspeito de exercer um “papel” dentro da quadrilha. O grupo seguia um “script”, simulando os atendimentos reais de instituições financeira aos cidadãos, de forma a ludibriar as vítimas.
— Algumas dessas pessoas contatavam as vítimas se passando por funcionários das instituições bancárias, através de uma história que eles tinham escrito. Outras pessoas buscavam identificar essas potenciais vítimas, através de números de telefone, CPFs, dados cadastrais, para justamente praticar esses golpes, os estelionatos e obter vantagens indevidas através da transferência de valores para contas do grupo — detalhou o delegado.
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