Time não marcou nenhuma vez de fora da área no Brasileirão; apenas um foi de bola parada
Em uma defesa perfeita, marcar 12 gols em 12 jogos significaria ter 100% de aproveitamento. Mas uma margem de erro tão baixa não permite pontuação alta. Qualquer falha (ou mérito do adversário) tira pontos.
A média de um gol por partida do Inter até não está longe da maior parte dos adversários do Brasileirão, mas é insuficiente se leva 18 nesse mesmo período. A análise do potencial ofensivo do time de Roger Machado escancara seus principais defeitos, o que precisa ser corrigido já nesse período de pausa. E, claro, aprimorar o que funciona.
Já chama a atenção, de cara, que os 12 gols marcados pelo Inter até agora foram de dentro da área. Foram 11 com bola rolando e um de pênalti (Alan Patrick no Gre-Nal). Nenhuma vez a equipe mexeu no placar arriscando de fora da área. É um ponto a melhorar com urgência. Uma forma de quebrar barreiras de adversários fechados é chutar de média e longa distâncias.
A dificuldade para fazer gol assim vai além de treinamentos ou de mecânica. Tem a ver com característica de jogadores. Apenas Valencia, Bruno Henrique e Bernabei costumam arriscar de fora da área. É algo a ser pensado também na hora de buscar reforços para o segundo semestre.
Outro número a ser destacado é o de que apenas um gol não teve assistência, justamente o que Alan Patrick marcou no clássico. Todos os demais vieram de passe antes de conclusão. E esse dado permite dois entendimentos.
O primeiro é que o time herdou a mecânica que se iniciou em 2024. Trata-se de uma equipe que trama, combina, constrói. Mas, ao mesmo tempo, falta contundência maior. O popular “fazer gol na marra”, do tipo recuperar a bola do adversário próximo à área e já fazer o gol sem tanta troca de passes. Ou de falta.
A lição para a volta das férias é também melhorar a pontaria. O Inter teve 23 grandes chances no Brasileirão. Converteu praticamente metade. São 170 finalizações nesses 12 jogos. E apenas 12 gols.
Por fim, os atacantes precisam participar mais. Em números absolutos, três jogadores estão empatados na artilharia, Alan Patrick, Borré e Victor Gabriel. Se pegar a minutagem, o melhor aproveitamento é o do zagueiro, que só precisou de 270 minutos para marcar os dois gols. Times vencedores costumam ter um goleador bem definido. Borré e Valencia em uma primeira instância, mais Ricardo Mathias em um segundo nível, têm de assumir essa função.
A partir de sábado, no retorno das férias, o poderio ofensivo deve receber atenção especial de Roger Machado. Especialmente porque seus principais adversários fora do Brasileirão, Flamengo e Fluminense, têm ataques poderosos. O Flamengo marcou o dobro de gols do Inter e em 11 partidas, o Flu, também em 11 jogos, balançou as redes 15 vezes.