Colorados abrem oitavas de final nesta quarta-feira, às 21h30min, no Beira-Rio, contra o Fluminense comandado pelo ídolo gremista, no nono confronto de mata-mata entre eles
É quase como uma história em quadrinhos. Dessas de super-heróis. Nas oitavas de final da Copa do Brasil, o Inter enfrentará seu vilão favorito, a personificação de tudo o que se rejeita, mesmo que do outro lado não esteja o rival tradicional. Estará, sim, aquele que simboliza o inimigo. A partir das 21h30min desta quarta-feira (29), no Beira-Rio, os colorados reencontram Renato Portaluppi.
Será o nono duelo entre eles em mata-matas, seja contra o Renato jogador ou o Renato técnico. O ídolo gremista leva vantagem, cinco a três. A curiosidade é que o Inter, depois de perder o primeiro, venceu os três de forma seguida. Na contagem entram apenas confrontos diretos em mata-mata, sem, por exemplo, últimas rodadas de Gauchão, por mais que tenham sido decisivas para títulos.
No primeiro, deu Renato. Pudera. Ao lado dele estavam Zé Carlos; Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico; Bebeto e Zinho. Um super Flamengo, que fez 1 a 0 no Inter de Taffarel, Luiz Carlos Winck, Aloísio e Amarildo.
No segundo, deu Inter. Por US$ 300 mil, Renato tinha voltado a Porto Alegre para tentar reerguer o Grêmio recém rebaixado pela primeira vez, em 1991. Foram três meses de contrato e uma final de Gauchão. Mas no Olímpico, um gol de Alex Rossi deu uma vantagem enorme ao Inter. Bastaria empatar um dos dois Gre-Nais seguintes que seria campeão. No segundo, o Grêmio impediu o título, 2 a 0. No terceiro, Alex e Renato brigaram, foram expulsos e o Inter segurou o 0 a 0 que valeu a conquista.
— Sempre me dei bem com Renato, um dos grandes jogadores do Estado. Então tinha um sentimento especial de enfrentá-lo. E no Gre-Nal o bicho pega. Foi isso, uma coisa de clássico — recorda Alex Rossi.
Depois disso, o Renato que o Inter encontrou não vestia mais calções curtos e meias abaixadas. Estava do lado de fora do campo, comandando o Grêmio nas finais do Gauchão 2011. Falcão era o técnico colorado nas finais do segundo turno e na do campeonato, ambas vencidas nos pênaltis. O título estadual teve a marca de ser o último troféu disputado no Estádio Olímpico.
A partir dali, só deu Renato. Entre 2018 e 2020, ganhou os quatro mata-matas que teve com o Inter. Foram quartas, semi e finais de Gauchão. Aumentou ainda mais sua aura de inimigo número 1 dos colorados.
Inclusive, com aquele toquezinho familiar das histórias de super-heróis do início do texto, que torna tudo ainda maior. O fato de o pai de Renato ser colorado é constantemente lembrado por torcedores nas brincadeiras de arquibancada, bar e mesas redondas.
O Fluminense, que pouco tem a ver com a rivalidade gaúcha, postou uma foto nas redes sociais após o 2 a 0 dentro do Beira-Rio no último jogo. Nela, Renato vestia um de capuz que cobria toda sua cabeça. Em alusão a Darth Vader e Luke Skywalker, da saga Star Wars, vinha acompanhado da frase: “Eu sou seu pai”. A publicação foi apagada.
A curiosidade, obviamente lembrada pelos colorados, é que a vitória foi a primeira de Renato desde 2023. Ele vinha de quatro derrotas seguidas, todas em Gre-Nal.
Maior personagem atual do Inter, D’Alessandro, atual coordenador esportivo, disse, em seu canal no YouTube:
— Reconheço a grandeza do Renato, o tamanho dele no Grêmio. Não gostava do personagem quando falava do Inter, por vezes se passava. Disse isso para ele muitas vezes. Mas sei que isso faz parte do clássico.
Em resumo, o que o Beira-Rio presenciará, além da abertura das oitavas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, é isso. É um clássico, mas sem o rival do outro lado. O adversário é a personificação do Grêmio.
Final do Brasileirão 1987
Quartas de final Gauchão 2018
Final Gauchão 2019
Semifinal 1º turno Gauchão 2020
Final 2º turno Gauchão 2020
Final do Gauchão 1991
Final do 2º turno Gauchão 2011
Final do Gauchão 2011