Libertadores À frente do Inter diante do Flamengo, o treinador tenta igualar sua melhor marca no torneio. Técnico campeão da América não descarta no futuro ele chegar à Seleção
Os últimos 12 dos 50 anos de Roger Machado são dedicados à vida como treinador. A julgar a carreira curta dos jogadores de futebol, a dos técnicos é muito mais longeva. Ou seja, a dele, em tese, tem uma estrada grande a ser percorrida. Ainda assim, a dúzia de temporadas em diversos vestiários reúne vasta experiência
Em se tratando de Libertadores da América será a quinta vez que ele dirige um time e o coloca nas oitavas de final. A nova chance de igualar a melhor marca, agora no Inter, recomeça com um enorme desafio nesta quarta-feira, no Maracanã.
“Atualmente o Flamengo tem o elenco mais qualificado do país, mas isso não lhe dá a garantia de que vai conseguir a vaga. Em jogos de mata-mata entre gigantes, como foi contra o Atlético-MG na Copa do Brasil e como será contra o Inter, as diferenças técnicas se atenuam e acredito que o resultado do primeiro jogo será de fundamental importância. Se o Inter conseguir levar um bom resultado tem boas chances de conseguir a classificação”, opina Antônio Lopes, técnico campeão da América com o Vasco em 1998.
A primeira participação de Roger como técnico na Libertadores foi em 2016 no Grêmio. Depois de ficar atrás do Toluca-MEX na primeira fase foi eliminado no primeiro mata-mata com duas derrotas para o Rosario Central-ARG. No ano seguinte no Atlético Mineiro liderou a chave, mas sentiu pela primeira vez como é volátil o emprego de técnico no Brasil. Ele foi demitido entre o primeiro e o segundo jogo diante do Jorge Wilstermann-BOL.
A cena praticamente se repetiu em 2018, mas de maneira ainda mais cruel. Com 16 pontos o Palmeiras fez a melhor campanha na fase de grupos do torneio. Tropeços no Brasileirão, no entanto, o tiraram a chance de enfrentar o Cerro Porteño nas oitavas, missão dada a Felipão.
Foi em 2021 no Fluminense que Roger Machado foi mais longe na competição. De novo o time sob seu comando terminou em primeiro na chave, passou pelo mesmo Cerro nas oitavas, mas a eliminação com dois empates contra o Barcelona-EQU custaram a vaga e o cargo.
Agora quatro anos mais tarde, superado um período de turbulência e vencido o ‘grupo da morte’ na liderança, de novo as oitavas de final da Libertadores surgem no horizonte do treinador.
“O Roger foi meu jogador no Grêmio , no Fluminense e na Seleção Brasileira. Sempre foi um atleta exemplar, profissional ao extremo. Como ser humano, um cara íntegro, grande caráter , inteligente e já demonstrava que poderia se tornar um excelente treinador , pois na época de jogador sempre teve muito boa leitura de jogo e grande liderança. Pegou um grupo desacreditado e conseguiu fazer um excelente Campeonato Brasileiro. Acredito que hoje ele esteja entre os grandes treinadores do futebol brasileiro e que depois da Copa de 2026 é um dos candidatos a treinador da Seleção Brasileira para o ciclo 2026-2030″, completa Antonio Lopes do alto da experiência de quem conhece o caminho das Américas.