Apesar de termômetros marcarem 40°C, estação do Inmet no bairro Jardim Botânico marcou oficialmente 33,4°C, por volta das 14h, abaixo dos 36,5°C apontados em 14 de janeiro
O segundo dia de Carnaval no Rio Grande do Sul em 2024 é marcado pelo forte calor e abafamento que causa desconforto por conta circulação de ar quente. Termômetros na região metropolitana chegaram a apontar 40°C neste domingo (11) mas, oficialmente, o recorde de temperatura do ano não foi ultrapassado. Segundo a estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no bairro Jardim Botânico, em Porto Alegre, a marca oficial foi de 33,4°C, por volta das 14h.
A temperatura mais alta registrada em Porto Alegre neste ano é 36,5°C, em 14 de janeiro. A média do mês, de acordo com dados históricos do Inmet, costuma ficar em torno de 30,2°C. O instituto emitiu quatro alertas para este final de semana, dois sobre ondas de calor (principalmente para as regiões metropolitana, central, oeste e norte), e dois avisos sobre a possibilidade de tempestades em todo o RS.
A dona de casa Aida Fagundes esperou o “sol baixar”, por volta das 16h, para ir ao supermercado mais próximo. A passos lentos, quase se arrependeu de enfrentar o calor, mas precisou reforçar o estoque de alimentos para o feriado.
— Não podemos ficar sem pão e leite, né? Mas a gente se sente mal com um tempo assim. Pelo menos, lá no super tem ar-condicionado — resigna-se a senhora.
Pelo mesmo motivo, o professor Adilson Pinto esperava o ônibus na parada, ao lado do filho Yan, de nove anos. O pai pretendia passear com o menino em um shopping.
— Como não posso levá-lo na piscina, é a solução menos insalubre. Vou tentar ficar com ele até o fim do dia e voltar só quando estiver mais “fresquinho” — revela.
Segundo o meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel), Henrique Repinaldo, a onda de calor que atinge o Estado vem da Argentina.
— O que ocorre lá é um sistema de alta pressão na atmosfera que não permite a formação de nuvens. Isso causa maior aquecimento da superfície, somado ao movimento descendente do ar, que também aumenta o calor — esclarece o especialista.
Em entrevista a GZH, o coordenador do Distrito de Meteorologia de Porto Alegre do Inmet, Marcelo Schneider, explicou que a sensação “quase insuportável”, neste caso, não é a temperatura em si, que não é extrema, mas o abafamento.
— A umidade acentua a sensação de desconforto. Temperatura e umidade altas são características do El Niño, que ainda está presente no Estado — diz o meteorologista, lembrando que a madrugada de segunda-feira (12) também deverá ser quente.
Até as 18h deste domingo, a chuva ainda não tinha chegado ao RS.