Centenas de veículos e máquinas agrícolas saíram de cidades como Tio Hugo, Marau, Pontão e Coxilha em direção a Passo Fundo. Trânsito é lento nas estradas da região
Um grupo de agricultores do norte do Estado se mobiliza nesta sexta-feira (6) para reivindicar melhores condições para o pagamento de dívidas rurais.
Os manifestantes se deslocam com tratores e máquinas agrícolas de cidades como Tio Hugo, Marau, Coxilha e Pontão em direção a Passo Fundo. Segundo o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), o trânsito é lento nas rodovias da região e motoristas devem ficar atentos. O comando realiza a escolta os manifestantes.
O ponto de encontro da manifestação é no trevo da Caravela, no entroncamento da RS-153 com a RS-324. Depois, o tratoraço deve seguir até a agência do Banco do Brasil, que fica no centro de Passo Fundo.
Os protestos pela chamada securitização — que transformaria as dívidas em títulos com prazos mais longos para pagamento — acontecem desde o começo de maio em diferentes cidades do Estado. Com dívidas agravadas pelos impactos climáticos das últimas safras, os produtores pedem alternativas ao governo federal.
Em 29 de maio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou a prorrogação dos vencimentos das parcelas de financiamentos para custeio e investimentos de produtores do Rio Grande do Sul no âmbito do Plano Safra. A medida havia sido aprovada pelo governo federal após meses de negociação.
Com a medida, o prazo para pagamento das operações de custeio prorrogadas poderá ocorrer em até três anos, e as parcelas de investimento com vencimento em 2025 poderão ser prorrogadas para até um ano após o vencimento contratual.
No entanto, para aderir à facilitação, os agricultores precisarão comprovar as perdas sofridas. O atestado precisa apontar a relação entre o que foi plantado, o que foi colhido e a capacidade de pagamento.
Segundo os produtores, a medida ameniza, porém, não resolve a situação, uma vez que as perdas no campo por causas climáticas se acumulam há alguns anos. Por isso, os protestos continuam.
A reportagem de GZH Passo Fundo entrou em contato como Ministério da Agricultura e Pecuária, mas até o momento não recebeu retorno. O espaço segue aberto.