Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso em investigação sobre interferência nas eleições - Agora Já -

Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso em investigação sobre interferência nas eleições



Polícia Federal cumpre 10 mandados de busca e apreensão nos Estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte

Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado / Divulgação
9 de agosto de 2023

Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi preso preventivamente na manhã desta quarta-feira (9) em Santa Catarina. Silvinei é o alvo principal da “Operação Constituição Cidadã” que ainda cumpre 10 mandados em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. Aqui no Estado, o ex-superintendente da Polícia Rodoviária do Rio Grande do Sul e ex-diretor nacional de Inteligência da corporação Luís Carlos Reischak Júnior foi alvo da operação. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e a apreensão em seu endereço. Ele foi intimado a se apresentar e prestar depoimento na sede da Polícia Federal em Porto Alegre. As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Silvinei é investigado no inquérito aberto pela Polícia Federal em razão da atuação da PRF no dia de votação do segundo turno na eleição do ano passado. A investigação apura se a ação policial teria como objetivo atrapalhar a chegada de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula Silva, sobretudo no Nordeste. Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo.

A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda o depoimento de 47 policiais rodoviários federais.

Locais dos cumprimentos das medidas:

1 Mandado de Prisão Preventiva em SC (Silvinei Vasques)
2 Mandados de Busca e Apreensão em SC
2 Mandados de Busca e Apreensão no RS
5 Mandados de Busca e Apreensão no DF
1 Mandado de Busca e Apreensão no RN

A investigação

No dia do segundo turno, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, chegou a se reunir às pressas com Silvinei para ordenar a suspensão das blitze. Na véspera da votação, Moraes expediu decisão para proibir que a PRF abordasse veículos utilizados no transporte público de eleitores. Chegado o dia 30, porém, as redes sociais foram tomadas por vídeos de ônibus no Nordeste paralisados por policiais rodoviários.

Às vésperas do pleito, ele chegou a usar sua conta para pedir o voto no então presidente Jair Bolsonaro. Ele publicou nos stories uma foto da bandeira do Brasil e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”.

Silvinei é alvo de investigação não só pelas blitze da PRF em meio ao segundo turno das eleições, mas também pela conduta antes os bloqueios de rodovias que ocorreram após Luiz Inácio Lula da Silva sair vitorioso das urnas.

Ele ainda é acusado de improbidade administrativa e uso indevido do cargo para beneficiar a candidatura de Bolsonaro.

Operação Constituição Cidadã

De acordo com a PF, a “Constituição Cidadã” investiga o suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno do pleito do ano passado, com o direcionamento de recursos, por parte de integrantes da PRF, para dificultar o trânsito de eleitores no dia 30 de outubro de 2022.

“Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno, foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à região Nordeste do país”, diz a corporação.

A operação mira crimes de crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal. Ainda mira delitos descritos no Código Eleitoral: “impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio” e “ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato”.

O nome da operação é uma referência à Carta Magna do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto.

Depoimento na CPI

Em junho deste ano, o ex-diretor da PRF prestou depoimento à CPI do 8 de Janeiro, que investiga os atos golpistas cometidos no Distrito Federal e que culminaram na depredação dos prédios do Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto.

 Na ocasião, ao ser questionado pela relatora Eliziane Gama (PSD-MA) sobre a sua proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor da PRF disse que nunca teve “relação íntima” com o ex-presidente e que sequer votou nele em eleições passadas porque “não morava no Rio de Janeiro”. Silvinei é investigado pela Justiça do Rio de Janeiro por improbidade ao pedir voto em Bolsonaro nas eleições do ano passada e foi exonerado do cargo em dezembro.

— O que a gente tinha era uma relação muito profissional — afirmou Silvinei.

— As fotos que tenho com o presidente Bolsonaro foi porque ele deixou eu tirar e as fotos foram postadas na minha hora de folga — prosseguiu.

Quem é Silvinei Vasques

Silvinei Vasques assumiu a chefia da PRF em abril de 2021, quando foi empossado o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – alvo de investigação por suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro. O ex-diretor da PRF se aposentou em dezembro do ano passado, aos 47 anos, no meio de uma série de investigações sobre sua atuação em meio às eleições.

Fonte : GZH 
Foto : Edilson Rodrigues / Agência Senado / Divulgação

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