Objetivo é arrecadar R$ 200 mil para viabilizar exames, acompanhamento médico, reabilitação auditiva e fisioterapia
Uma campanha para custear o tratamento do pequeno Lucca, de cinco meses, tem mobilizado as redes sociais no norte do Estado. A família de Sananduva arrecada R$ 200 mil para viabilizar exames, acompanhamento neurológico, reabilitação auditiva e apoio com fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional para o bebê que teve anoxia neonatal.
A mãe, Fabíola Soares, conta que os sintomas foram identificados em Lucca logo após o nascimento, pela falta de oxigênio no pós-parto. A lesão cerebral afetou principalmente a parte motora.
Lucca tem distonia e espasticidade, condições que causam contrações musculares involuntárias, e precisará de reabilitação intensiva ao longo da vida.
— Ele nasceu sem respirar e não respondeu à reanimação na sala de parto. Foi preciso entubar e ficar 29 dias na UTI. Ele sofreu muito, tinha muitas convulsões. Recebemos o diagnóstico de epilepsia, lesão cerebral e anoxia neonatal — conta Fabíola.
Além disso, o uso de antibióticos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) acarretou uma deficiência auditiva, e por isso o bebê precisará de um aparelho auditivo especializado. Atualmente, a família está em Curitiba (PR), fazendo um tratamento alternativo com uso de células-tronco.
— Estamos no Paraná sem data para voltar para casa, fazendo esse tratamento com células-tronco para ter chance de recuperar os neurônios. Ele vai precisar de reabilitação por um longo tempo, com terapia intensiva. São tratamentos muito caros, a vaquinha vai nos ajudar a começar — resume a mãe.
A reabilitação precoce é a chave para minimizar as sequelas de lesões cerebrais, como a anoxia neonatal. Conforme a médica ginecologista e obstetra Gelvani Inês Fritzen, que atendeu a família de Lucca, sessões de fisioterapia e fonoaudiologia não são apenas tratamentos, e sim ferramentas poderosas neste tratamento:
— Essas terapias incentivam o cérebro a formar novas conexões para contornar áreas lesionadas, permitindo que a criança desenvolva habilidades motoras, de fala e de comunicação. A suplementação e a neuromodulação são outros excelentes aliados nesse processo.
Quanto à aplicação de células-tronco, a médica explica que servem para reparar os tecidos cerebrais danificados e podem substituir células cerebrais perdidas.
— As células-tronco têm a capacidade de se diferenciar em neurônios, que são as células que compõem o cérebro. Estimulam o reparo, ajudando a produzir substâncias que reduzem a inflamação e promovem o crescimento e a sobrevivência de células cerebrais existentes. As células-tronco podem auxiliar na criação de novas vias neurais para contornar áreas lesionadas — esclarece.
A campanha de arrecadação aberta pela família para custear o tratamento já contou com 1,1 mil doações até a tarde desta quarta-feira (29), e atinge 34,35% do valor desejado.
Interessados em ajudar podem contribuir com qualquer valor através do site oficial da vaquinha. Nas redes sociais, Fabíola Soares tem publicado atualizações do estado de saúde do filho através do perfil no Instagram (@fabisoares.nutri).