Tricolor alternou bons momentos com outros lances de vantagem do Godoy Cruz-ARG
— Vergonha, vergonha, time sem vergonha.
O grito ecoou no gramado da Arena enquanto os jogadores do Grêmio ainda saíam do campo em direção aos vestiários. Irritados após outro jogo em que o time abriu o placar, não soube segurar a vantagem ou marcar mais gols, os torcedores se manifestaram de forma clara.
O empate em 1 a 1 com o Godoy Cruz, eliminado do apertura e da Copa da Argentina, complica a situação do planejamento gremista. Com dois pontos atrás do adversário da última terça-feira (12) na Arena, o Tricolor se encaminha para a disputa dos playoffs contra um dos eliminados da Copa Libertadores.
O contraste entre a avaliação do resultado ficou ainda mais evidente na zona mista da Arena. Enquanto o lado gremista era de silêncio e entrevistas constrangidas, os jogadores do Godoy Cruz saíram do vestiário com música alta bombando na caixa de som e muitos sorrisos.
Duas cenas que mostram como a classificação do Grupo D está sob controle dos argentinos. E coloca os playoffs da Sul-Americana no calendário do Grêmio.
Para fugir deste cenário, o Tricolor precisa vencer o Sportivo Luqueño-PAR e torcer para que o Godoy Cruz no máximo empate com o Atlético Grau-PER na última rodada. Uma realidade bem diferente da imaginada no clube no início de 2025.
O que mais incomoda, dentro e fora do vestiário gremista, é a falta de regularidade do time. Algo que Mano Menezes ainda reconhece como problema, mas que a solução não será simples sem ter tempo disponível no calendário para treinar.
— Dá para corrigir com imagens, mas falta o exercício da repetição. Vivemos esse momento de quase desespero para algo óbvio que é preparar uma equipe. É tenso ir para o jogo sem a noção do que o time pode produzir. Isso gera uma falta de confiança, que é o mínimo que eles precisam ter. Temos que passar por isso. Vamos tentar passar assim com o menor trauma possível — lamentou Mano.
O técnico também insistiu com a necessidade de melhorar a produção do time durante sua entrevista coletiva. Não apenas na hora de atacar, mas também para repelir as investidas dos adversários.
— Ainda acho que a gente toma gol com muita facilidade. Abrimos muito o meio ainda. Achei que a equipe teve vontade, disposição e entrega. Mas faltou um jogo de mais qualidade. Fomos para o abafa nos minutos finais. Nosso caminho é melhorar a produção ofensiva da equipe, mas sem perder um pouco da segurança que adquirimos — comentou.
Outra questão que ficou evidente, na avaliação do treinador, é a falta de confiança dos jogadores. Algo que só retornará com resultados positivos.
—Não existe um botão ou um trabalho que dê confiança do dia para a noite. A não ser com resultados. Por isso passamos por momentos difíceis. Vamos abraçar os jogadores como comissão técnica. Saber conviver com as críticas. Mas sem deixar que isso nos abata. Temos que melhorar trabalhando, nos unindo e fazendo as coisas certas — disse.
Referência técnica do time, Brathwaite novamente colocou a responsabilidade do desempenho ruim nos jogadores.
— Cada um tem que fazer mais. É um momento em que estamos sofrendo, mas temos que brigar, lutar. Essa é a única maneira de sairmos — concluiu o atacante.
Com três dias para preparar o time na volta da disputa do Brasileirão, Mano confirmou que terá dois reforços para o jogo no Morumbi. Edenilson e Villasanti, recuperados de lesão, estarão com a delegação em São Paulo. Lesionados, Igor Serrote e João Pedro serão desfalques.