Time de Roger Machado pode superar marca obtida por Mano Menezes, atual técnico dos cariocas, no comando colorado em 2022
Tem uns quantos significados este Inter x Fluminense, válido pela 33ª rodada do Brasileirão, marcado para 19h, no Beira-Rio, que é até difícil enumerá-los. Em termos de tabela, pode valer aos colorados a volta ao G-4. Uma vitória representaria se aproximar ainda mais da Libertadores 2025.
Para Roger Machado, está em jogo o recorde isolado em número de partidas invictas na era dos pontos corridos, deixando para trás justo o treinador adversário. E, claro, as memórias do ano passado ainda estão frescas.
Começando pelos efeitos práticos de 2024. Se ganhar, o Inter dormirá no G-4. Foi o que ocorreu na terça-feira, mas a vitória do Flamengo o devolveu para quinto lugar. Na prática isso pode influenciar pouco, ainda mais se os cariocas forem campeões da Copa do Brasil no domingo.
Porém, estar entre os quatro primeiros implica em um certo status no Brasileirão. E, financeiramente, quanto mais alta a posição, maior a premiação. Estima-se que o quarto lugar receba cerca de R$ 42 milhões, pouco mais de R$ 2 milhões a mais do que o quinto.
O Brasileirão só não dará sete vagas à Libertadores com um cenário: Flamengo campeão da Copa do Brasil (e abaixo de sexto colocado), Atlético-MG campeão da Libertadores, Cruzeiro vice da Sul-Americana.
Em compensação, o nono colocado entrará caso o Flamengo ganhe a Copa do Brasil, o Botafogo vença a Libertadores e o Cruzeiro conquiste a Sul-Americana (e todos fiquem entre os oito primeiros). Esse desenho possibilita ao Inter confirmar vaga com mais quatro pontos em seis jogos.
Pela UFMG, cujo departamento de matemática é especialista em probabilidades no futebol, o Inter tem 99,1% de chances de estar na Libertadores 2024 (com cálculo baseado apenas em G-6) e 0,2% para ser campeão.
Tem, também, a possibilidade de Roger se eternizar na história colorada. Se não perder, ele terá comandado a maior sequência invicta da era dos pontos corridos do Brasileirão, com 14 partidas seguidas.
Atualmente, ele empata justamente com Mano Menezes, atual técnico do Fluminense, que atingiu os mesmos 13 atuais em 2022. O maior período sem perder no campeonato foi em 1979, quando foi campeão sem perder nem sequer um dos 23 jogos.
Para João Carlos, lateral-esquerdo do “time que nunca perdeu”, Roger mudou a forma do Inter e devolveu esperança aos torcedores. Ele diz estar feliz em ver os jogos da equipe:
— Estou gostando da maneira como Roger montou o time, está passando confiança. Os jogadores estão se empenhando e atendendo a torcida. E ficar esse tempo todo invicto é muito bom porque dá moral aos atletas. Imagino que o Inter vá para a Libertadores tranquilamente, e no ano que vem arrume o que falta para ganhar os títulos.
Por fim, tem ainda o simbolismo. O Fluminense foi o maior algoz colorado do ano passado. Os seis minutos que interromperam o sonho do tri da Libertadores na semifinal. Existe a possiblidade de alguns daqueles carrascos estarem em campo.
Na ausência de Kauã Elias, Cano será o centroavante. John Kennedy, autor do outro gol, deve ficar no banco. Da equipe que ganhou aquele jogo no Beira-Rio, de virada, entre titulares e reservas, seis atletas podem estar em campo novamente.
A direção colorada espera mais de 30 mil pessoas. A expectativa é de superar os 100 mil torcedores nas três partidas seguidas em casa.
Foram 43.729 contra o Flamengo e 28.143 diante do Criciúma. Para alcançar a meta são necessários 28.128 colorados contra o Flu. Motivos e símbolos não faltam para isso.