Justiça determina busca e apreensão de gato em clínica de Caxias após pedido de família vítima de enchente no Vale do Taquari - Agora Já -

Justiça determina busca e apreensão de gato em clínica de Caxias após pedido de família vítima de enchente no Vale do Taquari



Custo do tratamento motivou o debate e a demora na devolução do animal

Foto: Martina Grieger reencontrou o gato Miu depois de dois meses. Arquivo pessoal / Divulgação
19 de julho de 2024

Internado durante dois meses em uma clínica veterinária de Caxias do Sul, um gato de dois anos pôde, nesta quarta-feira (17), reencontrar a família em Muçum, no Vale do Taquari. O retorno para casa, no entanto, só aconteceu por intermédio da Justiça, que determinou a busca e apreensão do animal na Serra.

Em maio, a família Grieger teve a casa atingida pela chuva pela terceira vez. Abrigada no salão comunitário de Muçum, onde ficou com o pai, a mãe e a  irmã por um mês, Martina Grieger, 21 anos, deu falta de um dos três gatos salvos da enchente. Miu retornou ao abrigo uma semana depois, machucado. Martina buscou tratamento junto a um QG da ONG Adote um Miau, de Caxias do Sul, em Muçum, criado para distribuição de ração, casinhas e auxílio a resgates de animais da região.

No atendimento, a família se identificou como dona do gato e soube que o animal teria que ser internado em uma clínica em Caxias. Os donos do animal receberam uma mensagem de celular informando que havia dado tudo certo com o transporte até a Serra. Depois disso, os Grieger foram surpreendidos com uma publicação da ONG, nas redes sociais, afirmando que havia resgatado o gato da enchente e que o animal estaria em tratamento em uma clínica veterinária de Caxias.

Ao contatar a ONG, Martina foi informada sobre a necessidade de pagar o tratamento de saúde do gato para a devolução do animal. A tutora fez uma vaquinha online e arrecadou R$ 999. O valor não foi suficiente, pois o tratamento já estava em R$ 3 mil.

— Alegaram que não iam trazer de volta porque ainda não tinha tido alta, mesmo com a gente dizendo que seguiríamos o tratamento em Encantado, para ele ficar mais próximo de nós. Foi tentado conversar de forma tranquila inúmeras vezes para realizarem a devolução, mas sem sucesso. Na verdade, até agora estamos sem entender o real motivo para a não devolução por parte da ONG — explica Martina.

A ONG garante que não se negou a devolver o gato. Porém, em nota, afirma que solicitou que fosse assinado um termo de ciência e responsabilidade que o gato não estava de alta veterinária. A nota diz ainda que “os tutores eram informados semanalmente, inclusive através de vídeos das visitas na clínica, também divulgados nas redes sociais. Todavia, os tutores solicitaram o retorno imediato do gato, independente do seu estado clínico, que era delicado“.

Martina afirma que não se negou a assinar o termo. Porém, mesmo assim, não conseguiu recuperar o animal. Com isso, buscou a Defensoria Pública do Estado que ajuizou uma ação judicial de busca e apreensão, em tutela de urgência, para retirar o gato da clínica.

Conforme a juíza Vanessa Azevedo Bento que deferiu a ação, a relação afetiva entre a autora e o animal de estimação e a negativa em entregá-lo estão demonstradas em fotos, boletim de ocorrência policial e conversas de WhatsApp.

Para a juíza que determinou a busca e apreensão do gato, o animal merece “tratamento peculiar justamente em razão das relações afetivas estabelecidas entre ele e seus tutores. Para além disso, a discussão quanto à titularidade de eventual dívida referente ao tratamento dispensado ao gato na clínica localizada em Caxias do Sul não pode servir de empecilho à devolução do animal à família à qual pertence, que possui o direito de promover o tratamento necessário em clínica de sua escolha“, analisou Vanessa.

Miu voltou para casa

Segundo Martina, a responsabilidade pelo pagamento  ainda é discutido na ação movida pela Defensoria Pública.

— Não nos negamos a pagar. Apesar de afetados pela enchente três vezes, daríamos um jeito de juntar o valor, mas a dívida estava aumentando a cada dia e não tínhamos informação sobre a saúde do animal.

Miu voltou para casa na quarta-feira (17). Segunda Martina, os recursos arrecadados na vaquinha online serão usados para dar continuidade ao tratamento, que será feito em Roca Sales, mais perto da casa da família.

— Foi um reencontro muito esperado. Ele ainda tem uma ferida na pata, mas está muito bem, comendo bem. Saiu caminhando por toda a casa, cheirando tudo, arranhando os lugares que costumava arranhar — comemora a tutora.

Fonte : GZH 
Foto : Arquivo pessoal / Divulgação

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