Torcida presente na partida de ida das oitavas de final da Copa da Copa do Brasil deixou o Beira-Rio insatisfeita
Só havia um desfecho possível pelo enredo desenvolvido no Beira-Rio na noite de quarta (30), no congelante Beira-Rio. O Inter sofreu dois gols de um centroavante de mal com as redes há 13 partidas. Perdeu em casa em casa por 2 a 1 na partida de idas das oitavas de final da Copa do Brasil. De novo para o Fluminense. Outra vez para Renato Portaluppi. A cena final só podia ser de vaias.
Mesmo que nem os quase 34 mil colorados nem Renato não levaram o duelo para o lado pessoal. As vaias pré-jogo foram para o ídolo gremista, mas não apenas a ele. Nonato, de passagem pelo Inter, e Soteldo, ex-Grêmio, também foram recepcionados com apupos.
— Sou anti-Renato. Ele é inimigo. Sempre é diferente jogar contra ele — comentou o empresário Allan Melo, radicado há anos no Rio de Janeiro.
Para padrões portaluppianos, Renato não esteve tão encarangado à beira do gramado. Um felpudo casacão preto, sempre aberto, uma manta tapando até o nariz e luvas foram o suficiente para aquecê-lo.
Por boa parte da partida, o treinador do Fluminense alternou entre braços cruzados ou mãos no bolso. Foi longe de ser aquele técnico adepto a shows ao lado do gramado. Teve momentos mais efusivos, mas nada além do tom.
A torcida também teve reações coloradas, mas abaixo do que uma partida de mata-mata entre dois clubes grandes necessitava. As reações se deram muito pelo gol de Everaldo, logo aos 9 minutos de jogo.
No empate, Renato permaneceu uma estátua. Não aquela da Arena, mas uma indignada. Ficou imóvel fitando a defesa do Fluminense enquanto o Beira-Rio rugiu.
Quando Everaldo recolocou os cariocas em vantagem. Renato se permitiu comemorar por um instante para, logo depois, orientar Nonato, Freytes, Canobbio e Guga.
No intervalo, Roger Machado trocou Bruno Henrique por Ronaldo. O Beira-Rio se indignou como um todo em críticas pela atuação do volante titular. Alguns, se exaltaram pela escolha do substituto. Alguns isolados gritos de burro puderam ser ouvidos na arquibancada superior. Não foram os únicos da noite.
Aos poucos, a crença na virada minguou por parte do torcedor. Em pose de Cristo Redentor, Renato reclamou um pouco da arbitragem.
Aos 31 minutos, o Beira-Rio rugiu em apoio pela última vez. O Inter tinha uma volta nas proximidades da área. A chance foi desperdiçada. Quando Carbonero, autor do gol colorado, foi substituído, as reclamações para a decisão de Roger pipocaram no estádio.
Quando o relógio chegou aos 45 minutos, Gustavo Prado errou passe. O primeiro ensaio da trilha sonora final ganhou força. Três minutos depois, foi a vez de Vitão errar uma jogada. O volume das vaias aumentou.
Ainda assim, quase um sussurro quando comparadas aos apupos após o apito final. Nem mesmo Alan Patrick, o último colorado a deixar o campo, teve seus ouvidos poupados.
Quando Renato saiu de cena, após festa com a torcida carioca, os poucos colorados ainda presentes pareciam sem força para xingar o inimigo, em uma noite em que a disputa não foi personificada.