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Muro histórico desmorona e seis bairros alagam após enxurrada em Tupanciretã

Município de 20 mil habitantes registrou mais da metade do volume de chuva esperado para todo o mês de abril em menos de 12 horas

Foto: Monumento de Nossa Senhora Mãe de Deus desmoronou com a força da água em Tupanciretã Bombeiros Voluntários de Tupanciretã / Divulgação

30 de abril de 2024

O excesso de chuva deixou quatro bairros alagados em Tupanciretã, município de 20 mil habitantes do noroeste gaúcho, nesta terça-feira (30). Desde as 2h40min, choveu 95,8mm na cidade, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O volume equivale a mais da metade da média esperada para todo o mês de abril na cidade, de 180mm.

Em todo o RS, há pelo menos 65 cidades gaúchas com danos por causa da chuva, segundo a Defesa Civil. O Vale do Taquari voltou a ser afetado, depois da enxurrada de setembro. Há duas mortes confirmadas até o momento. Acompanhe a cobertura completa de GZH.

Os bairros afetados em Tupanciretã são Marcial Terra, Pedreira, São Jorge, Riachuelo, Gaúcho e Agropan. Todos ficam na parte baixa da cidade, onde o volume de água foi acentuado. Conforme a Defesa Civil municipal, há duas pessoas desabrigadas, que tiveram a estrutura da casa comprometida. Não há desalojados. Pelo menos 50 casas ficaram alagadas.

Tupanciretã fica em uma região alta, a 468 metros de altitude, e é berço de nascentes que abastecem o Rio Ijuí, por exemplo. Com a ausência de rios, alagamentos são incomuns na cidade, como relatou Luiz Afonso Costa, bombeiro voluntário da cidade.

— Não é comum ter alagamento aqui, mas o volume de chuva foi extraordinário, muito grande, extrapolou a capacidade de absorção dessas áreas— relatou.

Chuva afetou monumento de Nossa Senhora Mãe de Deus

Além do acúmulo de água, um muro histórico localizado na entrada de Tupanciretã desmoronou. A estrutura é parte do monumento de Nossa Senhora Mãe de Deus e trazia relatos históricos sobre a santa e a cidade. Pela manhã, uma equipe de engenheiros fez um mapeamento no local e colocou suportes para impedir a queda da estátua, que chega a 6 metros de altura.

— Como tem previsão de mais chuva até sexta-feira (3), estamos monitorando a situação. Se tiver risco da estátua cair, vamos retirá-la do local — disse a coordenadora da Defesa Civil de Tupanciretã, Vânia Vendruscolo Lopes.

Conforme Vânia, a Defesa Civil está em regime de plantão para auxiliar a população afetada. No momento, atua na limpeza de ruas e entrega de kits de materiais de higiene e limpeza, colchões e lona aos necessitados. Para obter ajuda, entre em contato pelos números (55) 3272-7500 (Defesa Civil) ou 3272-1310 (Bombeiros Voluntários).