Dois homens e um adolescente foram atingidos após terem atirado contra viatura. Família de uma das vítimas questiona versão
A Polícia Civil segue a investigação sobre o caso dos três homens que morreram em confronto com a Brigada Militar no dia 23 de junho, no bairro Morada do Sol, em Passo Fundo. Nesta semana, testemunhas começaram a ser ouvidas.
Conforme a delegada Daniela Minetto, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o inquérito se encaminha para a fase final. Um elemento que deve ajudar a entender a dinâmica da ocorrência é a perícia de confronto balístico.
— Vamos juntar cópias do Inquérito Policial Militar e encaminhar as munições para confronto balístico, tanto das armas usadas pelos policiais quanto da que foi apreendida com os indivíduos que estavam no veículo — explica.
A análise vai comparar os projéteis e estojos, colhidos nos corpos das vítimas e no local, com as armas. O objetivo é apontar qual disparo saiu de qual arma, individualizando a ação de cada atirador.
A DHPP também aguarda o resultado dos laudos de local e dos veículos envolvidos, além de exame residuográfico — que aponta a presença de pólvora nas mãos após os disparos.
Há cerca de 50 dias, dois homens e um adolescente morreram após serem baleados em confronto com a Brigada Militar de Passo Fundo. Eles foram identificados como:
Segundo o 3º Batalhão de Choque da Brigada Militar (3º BPChq), os envolvidos não respeitaram a ordem de parada e fugiram da abordagem perto do bairro Morada do Sol, na rua Dalila Melo.
De acordo com a Polícia Civil, os três tinham passagens e portavam uma arma calibre 9 mm. No local, foram localizadas munições deflagradas.
A esposa de João Paulo, Rita Daiane Menegotto, 44 anos, questiona a versão oficial da BM. Ela afirma que a ação foi truculenta e que não houve tentativa de abordagem.
— Meu marido foi executado e quero entender o porquê. Quero justiça, ele era trabalhador, foi uma brutalidade. Não teve abordagem, a polícia já chegou com violência — disse.
O inquérito da Polícia Civil não tem data para ser concluído, uma vez que depende dos resultados periciais, também sem prazo para serem finalizados.
Por meio de nota, o 3º BPChq disse que o Inquérito Policial Militar será concluído dentro do prazo regulamentar e que está comprometido em esclarecer os fatos. Leia na íntegra:
“A Brigada Militar por meio do Batalhão de Polícia de Choque informa que o Inquérito Policial Militar instaurado para apurar as circunstâncias do confronto ocorrido na cidade de Passo Fundo, no mês de junho deste ano, está sendo concluído dentro do prazo regulamentar previsto no Código de Processo Penal Militar.
A solução final do procedimento será oportunamente informada.
A Brigada Militar reforça o seu comprometimento em esclarecer os fatos com transparência e ética, reafirmando seu compromisso com a sociedade gaúcha.”