PM de Caxias atropelado em bloqueio policial planeja casamento e aprender a dançar após sobreviver - Agora Já -

PM de Caxias atropelado em bloqueio policial planeja casamento e aprender a dançar após sobreviver



Jonatas Ari de Lima Mota ficou 15 dias na UTI e já está em casa. Brigadiano não vê a hora de voltar ao trabalho

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14 de outubro de 2023

“Meu alegre coração palpita, por um universo de esperança. Me dê a mão, a magia nos espera”. Quando escutava Sorriso Resplandecente, trilha do desenho animado Dragon Ball, Jonatas Ari de Lima Mota, 32 anosnem imaginava que, um dia, poderia ter a música como guia no pior momento da sua vida. O policial militar foi atropelado na BR-116, em Caxias do Sul, durante uma ocorrência em 13 de setembro. Em coma, ele ouviu quando a companheira colocou a música tocar e acredita que essa foi uma das coisas que o fez sobreviver.

Era – e será – a música que Mota vai entrar no seu casamento com a companheira Tatiane Dresch. Enquanto ela colocava a música, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Pompéia, quando o brigadiano estava em coma induzido, ele, num misto de pensamentos incontroláveis, ouvia a canção e pensava que podia morrer sem ter casado. Em estado grave, Mota ficou na UTI por 15 dias, 12 deles inconsciente, e mais uma semana internado. A alta ocorreu no último dia 5.

— Meu corpo estava inconsciente, mas minha mente não parava. Sonhos intensos, pesadelos, alucinações, momentos de clareza. Não ter resolvido uma picuinha com alguém, não ter formalizado a relação, ir e deixar ela (Tatiane) sozinha, sem um fruto meu. Algo que me trouxe de volta é que, mesmo em coma, eu ouvia a voz da minha companheira falando comigo. Isso me deu muita força para voltar. E ela pôs essa música, eu escutei e, assim que consegui falar, perguntei se ela havia colocado. Eu ouvi. Eu saí da escuridão — relata Mota.

Tatiane complementa:

— Eu sabia que era a música que ele queria entrar (no casamento). Essa música uma hora fala “me dê a mão, para sair dessa escuridão”, a música chama alguém, era perfeita para o momento.

Mota fraturou 12 costelas. Nas palavras dele, os ossos viraram navalha. Inclusive, perfuraram o pulmão. Ele conta que, maior que o medo de morrer, era a luta do corpo e da mente para sobreviver. Resiliência que, em alguns momentos, também o prejudicou, como na hora de ser entubado.

— Precisaram me dar quatro sedativos para conseguir me entubar. Eu não deixava, o corpo estava sempre na defensiva. O que me salvou foi meu sargento ter feito os primeiros socorros na hora do atropelamento, o atendimento do Samu e toda equipe do Pompéia. Na hora (que foi atropelado), eu só pensava nos colegas que morreram na mesma situação — comenta Mota.

Lembranças do atropelamento

O atropelamento aconteceu no cruzamento da BR-116 com a Rua Luiz Michielon. Ao ir de encontro à barreira, o homem que fugia em um Fiat/Palio vermelho atinge o policial, que acaba sendo jogado para o alto com a colisão e caindo no chão. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento do atropelamento.


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