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sexta-feira , 26 julho - 2024
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Decisão ocorreu depois de nove horas de julgamento no fórum da Comarca de Passo Fundo
Foto: Rebecca Mistura / Agencia RBS O policial militar da reserva Carlos César Fachini, 43 anos, foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado. A decisão foi tomada em novo julgamento, no fórum da Comarca de Passo Fundo, nesta terça-feira (8).
No total, foram mais de nove horas de júri. Na reta final, a mãe de Patrick, Maria Forcelini, passou mal e foi encaminhada para atendimento médico no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). Ela segue em observação no hospital.
Fachini foi condenado por tentativa de homicídio com dolo eventual — quando se assume o risco de produzir ou resultar em morte.
A sentença do segundo júri foi inferior à do primeiro, em agosto de 2022. Na oportunidade, Fachini havia sido condenado a cinco anos e oito meses de prisão, inicialmente em regime fechado. O julgamento foi anulado pelo Tribunal de Justiça, a pedido da defesa, por uma questão formal envolvendo a ordem dos quesitos.
Tiago Anderson Barbosa Forcelini, irmão de Patrick, disse que a família esperava uma condenação maior. Apesar disso, afirmou estar satisfeito pela segunda condenação do policial militar da reserva. Segundo ele, foram 11 anos de sofrimento e sentimento de injustiça.
— No nosso julgamento, se fez justiça dentro do possível. Ainda entendemos que é pouco, poderia ser muito mais, porque é um crime contra a vida. A gente sai satisfeito, porque ele (Fachini) foi condenado duas vezes. É um alívio, a comunidade entendeu que ele tem que pagar no rigor da lei. Nada vai mudar o nosso sofrimento, não vai trazer a capacidade do meu irmão de ter uma vida mais digna, mas conforta nossos corações — diz Tiago, que também foi agredido pelo policial em junho de 2012.
O Ministério Público realizou a denúncia de Fachini por tentativa de homicídio e lesão corporal contra os irmãos Patrick André Barbosa Forcelini e Tiago Anderson Barbosa Forcelini.
O promotor Fernando Andrade Alves, que atuou no plenário, avaliou positivamente a sentença e ressaltou a sensação de dever cumprido, mesmo que tenha lamentado a realização de um segundo júri:
— É lamentável a gente ter que refazer o júri, mas a nossa avaliação é de dever cumprido. Tivemos que refazer e, neste caso, renovar a condenação. A sensação é que a gente pode, mais uma vez, entregar na justiça uma resposta à comunidade.
O advogado de defesa do réu, Jabs Paim Bandeira, disse que deve recorrer da decisão. Ele irá analisar a possibilidade de pedir anulação do julgamento:
— Vamos recorrer, estudar as possibilidades. Temos cinco dias para fazer o termo e depois colocar as razões pelo pedido. A gente tem muita fé, vamos tentar diminuir a pena.
O crime aconteceu em uma festa de aniversário da filha do acusado, em Passo Fundo, em junho de 2012. Os irmãos Tiago e Patrick estavam presentes quando houve uma briga com uma terceira pessoa, o que causou danos na residência. Fachini, então policial da ativa, teria intervido e agredido os jovens.
Conforme exame de delito, Patrick sofreu “traumatismo crânio encefálico por um meio contundente”. Ainda, segundo o laudo, “ocorreu perigo de vida, pois foi atingida a cavidade craniana”. Ele tinha 19 anos na época.
As lesões deixaram Patrick em estado vegetativo no hospital por quatro meses. Quando recebeu alta, tornou-se totalmente dependente dos cuidados da mãe. O irmão, Tiago, que também foi agredido, teve ferimentos leves.
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