Agricultores reivindicam securitização em decorrência de prejuízos causados pela estiagem que atingiu o RS. Há movimentos em 12 cidades da região
Produtores das regiões Norte e Noroeste do RS se mobilizam nesta quarta-feira (13) em defesa da renegociação das dívidas rurais após a estiagem que atingiu o Estado e causou prejuízos à safra de verão.
Em Tio Hugo, no norte do Estado, a manifestação começou por volta das 9h no km 213 da BR-386. Agricultores de outros 16 municípios da região também participam do protesto na rodovia.
Conforme um dos participantes, Diemerson Borghardt, a principal demanda é pela securitização, p que permitiria facilitar acesso ao crédito e alívio financeiro aos agricultores.
— O movimento será justamente para chamar a atenção do governo (federal). Não temos uma liderança, é uma mobilização de todos os produtores. Chegamos num momento que estamos cansados de esperar as coisas acontecerem — afirma.
Em torno de 120 pessoas estão reunidas na rodovia. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que não haverá interrupção do trânsito.
No noroeste gaúcho, em Cruz Alta, produtores também participam de ação pela causa. O protesto começou às 10h e reúne em torno de 50 pessoas no entroncamento da BR-377 com a BR-158.
Outras 10 cidades gaúchas também têm manifestações de produtores nesta terça-feira. São elas:
Apesar das reivindicações que vêm desde o começo do ano, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse em entrevista ao programa Campo e Lavoura, da Rádio Gaúcha, em 4 de maio, que a securitização compromete o fundo do Plano Safra, com previsão de ser lançado em junho.
Além disso, Teixeira apontou que há desigualdade na proposta, uma vez que nem todos os agricultores precisariam renegociar dívidas. Questionado sobre a melhor saída, o ministro afirmou que vai reunir as o conjunto de entidades para discutir sobre o assunto.
— Mas essa ideia de securitização eu queria já afastá-la como uma das possibilidades, porque eu acho que ela não condiz com a realidade brasileira, a realidade gaúcha — afirmou à coluna de Gisele Loeblein em 5 de maio.